A missa do 1º Domingo do Advento abriu a caminhada rumo ao Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso pároco e reitor frei Paulo Henrique Romêro explicou que a cerimônia do último domingo (1º/12) marcou o início deste novo tempo litúrgico, que nos é propício à mudança interior, através da oração e da vigilância. Isso para não esmorecermos diante dos obstáculos que surgem em nossa vivência cristã, ou seja, os valores violentos e desumanos da sociedade atual, os quais não podem ser aceitos pelos seguidores de Cristo. A solenidade, que deixou a Basílica do Embaré repleta de devotos, teve ainda o objetivo de despertar a expectativa pela nova vinda de Jesus no fim dos tempos.
“O Tempo do Advento é o tempo de nossa mudança interior. Não vamos pensar nos outros; pensemos em nós em primeiro lugar. Se estamos aqui é porque fomos atraídos pelo Senhor e Ele quer transformar a nossa vida. Transformar toda nossa realidade”, disse o pároco. Como também estamos seguindo para o fim do ano civil, pediu a todos que avaliassem a caminhada de 2024. Afirmou que diante de situações limites, muitas vezes nos tornamos duros e insensíveis; não conseguimos perdoar e alimentar a fé. Justamente por isso, a liturgia do dia nos falou de esperança, em primeiro lugar. “Deus não está indiferente a isso”, prosseguiu. A primeira leitura exaltou que Cristo veio em sua primeira vez e semeou a paz, a justiça, a esperança – valores do Reino dos Céus. O Tempo do Advento, portanto, nos convida a retomar a Palavra, que é Cristo, a Palavra eterna do Pai.
Frei Paulo destacou que Jesus, na sua primeira vinda, aproximou nossa humanidade decaída, sofrida, porque Ele é o pai das misericórdias. “Percebam nos Evangelhos que esse tempo nos convida à oração, ao silêncio. Percebam os movimentos do Salvador. Temos que perceber também nossas atitudes perante o próximo, porque temos o costume de julgar os outros”, alertou. O próprio São Paulo, na Carta aos Tessalonicenses, convida a comunidade a transbordar o amor de Deus que cada um traz, mas não o amor teórico.
“Olhamos para nossa sociedade como está e ficamos muitas vezes desanimados, indignados. Ainda bem que ficamos indignados, pois não podemos nos acomodar e aceitar a situação como está. Nosso testemunho de vida atenta contra os valores desumanos, violentos”, disse o pároco. Conforme alertou, o cristão não é assim, deve seguir os passos de Jesus, principalmente dentro de sua casa, onde deve haver acolhida, diálogo, perdão e oração. “A convivência familiar precisa ser restaurada. Então, este tempo é propicio para isso”, prosseguiu.
Frei Paulo aconselhou os fiéis, neste Tempo do Advento, a deixarem de lado a correria das compras, porque essa agitação reduz o foco do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. E destacou: “Deus quer trazer luz às trevas da nossa existência. Deus quer fazer um novo céu e uma nova terra a seus filhos e filhas. Para que isso aconteça, temos que elevar nossa alma a Deus. Tendo os pés no chão, nós vamos procurar ancorar o nosso coração ao coração de Deus. Deixar que Ele nos conduza e que sua paz possa nos trazer o equilíbrio que nos ajuda a erguer a cabeça e dizer: ‘O Senhor está conosco, o Senhor está no meio de nós’”.