A comunidade do Embaré, em clima de fé e emoção, acompanhou no Sábado Santo a cerimônia da Vigília, ou Noite de Luz, que marcou o ápice do Tríduo Pascal. Nem a forte chuva que caiu na região, deixando a Basílica ilhada, impediu a participação dos fiéis na missa desta noite santa conduzida pelo nosso pároco e reitor Frei Paulo Henrique Romêro, com a assessoria de Frei Antônio Eduardo Valvassori.
A cerimônia da Vigília Pascal começou na entrada da Basílica e contou com três partes: bênção do fogo, procissão do círio pascal e proclamação da Páscoa. Tudo na Liturgia desse dia é rico em símbolos. Um caminhar silencioso até o altar e à luz do círio que acendeu outras velas, preparou o clima para a leitura da Palavra e realização da homilia. As leituras percorreram toda a História da Salvação, até chegar à proclamação maior da Ressurreição. É como se Deus mesmo nos dissesse: “Eu nunca deixei de caminhar com vocês. Mesmo quando tudo parecia perdido, Eu estava agindo. E, agora, o meu Filho ressuscitou”.
Frei Paulo, após falar sobre a mística daquele dia, o Dia do Silêncio, que se rompeu depois de grande expectativa, exaltou: “Cristo ressuscitou! Esta é a grande notícia que muda tudo. A cruz, que ontem parecia o fim de tudo, hoje se revela como o caminho da glória. O túmulo, que era símbolo de morte, hoje é símbolo de esperança. E a tristeza dos discípulos se transforma em alegria sem fim”.
O pároco ressaltou que a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo não é apenas um acontecimento do passado. Ela é dom de Deus para toda a vida até ao final dos tempos. É força que age em nós, é luz que brilha na nossa escuridão. Disse que muitas vezes também nós vivemos nossos próprios túmulos interiores: angústias, culpas, feridas, desesperanças, medo. Mas que o Sábado Santo nos lembra o poder de Deus fazer brotar vida onde só vemos morte. “Portanto, permitamos que Deus transforme nossa casa interior. Deixemos que Ele nos ajude nessa grande faxina e arranque de dentro de nós tudo que não gera vida, nem para nós mesmos e nem para os que vivem à nossa volta. Isso vale para você e para mim. Acima de tudo, permitamos que o Senhor nos livre do medo da vida; medo esse que nos paralisa e nos faz crer que não nascemos para a vida em plenitude”, prosseguiu.
Lembrou ainda Frei Paulo, que o Sábado Santo é marcado por uma noite de renovação, tanto que em todos os batizados, sejam crianças ou adultos, a fé deve crescer e se desenvolver após o batismo. Por isso a Igreja celebra, a cada ano, nesta Noite Pascal, a renovação das Promessas Batismais, quando renunciamos ao mal e professamos novamente a nossa Fé Cristã Católica. E o fazemos com a certeza de que fomos mergulhados na morte de Cristo para ressuscitarmos com Ele para uma vida nova.
Para concluir, o pároco disse: “Meu irmão e minha irmã, que nesta Noite Santa, a luz do Ressuscitado ilumine todos os cantos da nossa alma. Que possamos sair desta celebração transforados, como as mulheres que saíram do túmulo correndo para anunciar: ‘Ele está vivo’. Que essa alegria não fique presa no templo, mas transborde em nossas casas, nossos relacionamentos. E que o Cristo Ressuscitado nos faça testemunhas vivas de sua Ressurreição”.
Frei Paulo, ao final da celebração, agradeceu a todos que ajudaram na realização do Tríduo Pascal: membros da comunidade, integrantes de pastorais e movimentos, funcionários etc.  Dirigiu agradecimento especial ao Frei Eduardo, amigo de longa data, que, apesar de ter perdido seu pai no início da semana, logo retornou à Basílica, sem interferir no bom andamento da programação.