Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré
Ordem dos Frades Menores Capuchinhos
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Diocese de Santos
No dia 25 de outubro, a Igreja no Brasil celebra com alegria Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o nosso primeiro santo, conhecido carinhosamente como Frei Galvão. Nascido em Guaratinguetá (SP), foi um exemplo de humildade.
A Comunidade do Embaré celebrou esta data em uma cerimônia repleta de fé e emoção, presidida pelo nosso pároco e reitor, Frei Paulo Henrique Romêro, que partilhou com os fiéis um pouco da vida deste santo franciscano tão querido do povo brasileiro.
“Sua vida foi marcada pela humildade, pureza de coração e caridade ardente. Frei Galvão cresceu em uma família profundamente cristã, num ambiente de fé e devoção mariana. Aos 13 anos foi enviado para estudar com os jesuítas na Bahia, onde demonstrou grande inteligência e docilidade espiritual. Sentindo o chamado à vida consagrada, ingressou na Ordem dos Frades Menores, sendo ordenado sacerdote e transformando sua vida em um testemunho contínuo de entrega e serviço”, recordou o frei.
Conhecido pelo dom de aconselhar, pacificar e curar, Frei Galvão tornou-se um instrumento da misericórdia divina. Sua fé viva e confiança inabalável em Deus atraíam inúmeros necessitados em busca de conforto e esperança. Com simplicidade franciscana, vivia recolhido no silêncio e na oração, servindo a todos com ternura e dedicação.
Com zelo pela vida consagrada, ajudou a fundar o Mosteiro da Luz, em São Paulo — hoje reconhecido como patrimônio histórico e espiritual do Brasil.
Entre os muitos sinais de sua santidade, destaca-se o das “pílulas de Frei Galvão” — pequenas tiras de papel com uma oração à Maria Imaculada, oferecidas aos enfermos como expressão de fé e confiança em Deus. Muitos testemunhos de cura e graças são atribuídos a elas, mas Frei Galvão sempre dizia que o verdadeiro milagre é a graça de crer no amor de Deus, lembrou frei Paulo.
Frei Galvão faleceu em 1822, deixando um legado de santidade profundamente ligado à nossa história e à espiritualidade franciscana. Foi canonizado em 2007 pelo Papa Bento XVI, que o chamou de “homem de paz e construtor da unidade”.
Liturgia do Dia
Ao refletir sobre as leituras do dia, Frei Paulo destacou como elas iluminavam a vida e o exemplo de Frei Galvão.
Sobre a primeira leitura, que fala da justiça divina — de um Deus que ouve o clamor do oprimido e não despreza a oração do humilde —, o frei lembrou: “Esse é o Deus em quem Frei Galvão acreditava. Ele se colocava diante de Deus como um pobre necessitado. Seu segredo estava em rezar com humildade e servir com generosidade.”
Na segunda leitura, São Paulo afirma: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé.” Para Frei Paulo, essas palavras poderiam estar gravadas no túmulo de Frei Galvão. “Ele combateu o bom combate, não com armas humanas, mas com o rosário, a oração, a penitência e o amor. Guardou a fé até o fim e, como Paulo, também poderia dizer: ‘O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças’. Sua vida inteira foi uma oferta silenciosa, uma Eucaristia vivida em gestos concretos de bondade.”
No Evangelho de Lucas, Jesus narra a parábola do fariseu e do publicano. Enquanto o fariseu se vangloriava de suas virtudes, o publicano apenas pedia perdão. Jesus conclui: “Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Assim foi Frei Galvão, explicou Frei Paulo, “viveu escondido, servindo humildemente, e foi exaltado por Deus.”
“Sua santidade é a santidade da humildade silenciosa, do serviço fiel e da caridade discreta. Frei Galvão não buscava ser visto, mas apenas servir. Que aprendamos com ele o caminho da oração simples, da fé confiante e da humildade sincera. A vida cristã não se mede por aparências, mas por um coração disponível ao amor e ao serviço. Que Frei Galvão interceda por nós, para que também saibamos combater o bom combate e guardar a fé, confiando sempre na misericórdia de Deus. Que sua vida inspire o Brasil a ser uma terra de oração, paz e caridade. E nós, à nossa maneira, sejamos também um ‘pequeno milagre’ de amor no mundo”, concluiu o frei.
Antes da bênção final, as pílulas de Frei Galvão foram distribuídas aos fiéis, que as receberam com profunda fé e gratidão, levando consigo um sinal da presença de Deus que continua a agir por meio da simplicidade e da santidade.