“Quem serve experimenta uma alegria profunda”, Dom Camilo de Jesus Dantas, prior do Mosteiro de São Bento

A imposição do escapulário marcou a missa solene de domingo (16/7) em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, a qual foi celebrada na Paróquia do Embaré. Os devotos lotaram a Basílica e tiveram a imposição de seus escapulários abençoados durante a solenidade. Com muita devoção e fé, os fiéis acompanharam a homenagem à Virgem do Carmo, celebrada por nosso pároco e reitor frei Paulo Henrique Romêro.

O concelebrante Dom Camilo de Jesus Dantas, prior do Mosteiro de São Bento, fez breve reflexão sobre o dia de Nossa Senhora do Carmo e explicou o real significado do escapulário que não é um amuleto, mas um símbolo de compromisso de servir ao reino de Deus. Contou que no Século XI peregrinos foram à Terra Santa e decidiram ficar ali, no Monte Carmelo, e viver como Cristo viveu. Assim nasceu a Ordem dos Carmelitas que tem a Mãe de Jesus como padroeira – também conhecida como Virgem do Carmo e como Nossa Senhora do Carmo.

Dom Camilo prosseguiu dizendo que estes peregrinos foram expulsos do Monte Carmelo durante uma invasão de muçulmanos e aquele grupo católico acabou chegando à Europa, onde procurou viver como no Monte Carmelo, mas foram hostilizados e perseguidos. Simão Stock – prior geral das carmelitas – pediu então a intercessão de Nossa Senhora para uma intervenção divina e teve uma experiência única. A virgem apareceu e entregou-lhe “o escapulário”, que significa “o avental”. “Usa o escapulário aquele que se coloca a serviço”, ressaltou.

Também relatou o concelebrante que Nossa Senhora entregou a Simão Stock o escapulário para indicar que as carmelitas deveriam se colocar a serviço, ser como Jesus que veio para servir e não para ser servido. Outro exemplo é da própria Mãe de Jesus que disse: “Eis aqui a serva do Senhor”. Assim, as carmelitas adotaram o escapulário e, aos poucos, foram se consolidando não só na Europa como pelo mundo.

“Celebrar Nossa Senhora do Carmo, portanto, é celebrar aquela que nos ensina a servir, que nos ensina que a nossa missão não é a de sermos senhores, mas servidores, já que, enquanto cristãos, buscamos viver como Cristo viveu. E aí experimentamos a alegria, a liberdade, porque vivemos no amor”, prosseguiu.

Dom Camilo lembrou ainda que Cristo nos ensinou que todos somos irmãos, mas para vivermos em fraternidade é necessário diálogo, respeito, perdão, reconciliação, acolhimento – como Ele acolheu a todos. E exaltou: “Que nós consigamos fazer o mesmo. Que possamos ser uma presença de luz, de vida. Quem serve experimenta uma alegria profunda, porque é uma alegria que vem de Cristo, o divino servidor de toda a humanidade”.

Para concluir a homilia, pediu a Virgem do Carmo que abençoe a todos com seu santo escapulário e nos ensine a ser homens e mulheres cujo olhar esteja voltado exclusivamente para Cristo, poque quem se volta para Cristo se volta para a luz, para a vida, para a misericórdia, para o amor. E frisou ainda: “Que o escapulário imposto hoje não seja um amuleto, porque não é isso. O escapulário é um sinal, um sacramental de amor e de serviço sob a proteção da Mãe. Que nós, como aqueles que primeiramente usaram esse escapulário, nos comprometamos a servir ao reino de Deus e com isso construir uma sociedade mais fraterna, mais justa, uma sociedade em que todos se reconheçam como irmãos”.