A solenidade de Nossa Senhora do Carmo, celebrada no dia 16 de julho, reuniu inúmeros fiéis na Basílica. A devoção a Nossa Senhora do Carmo teve sua origem no século XII, quando um frade carmelita pedia sempre em suas orações a Virgem Maria algum privilégio para sua ordem religiosa. Recordou o presidente da missa, nosso pároco e reitor, Frei Paulo Henrique Romêro, que a Virgem apareceu a ele e, trazendo nas mãos o escapulário, disse-lhe: este será um privilégio para ti e para os teus, quem morrer vestido com ele se salvará. Privilégio este que posteriormente foi estendido a todo fiel que fizesse uso do escapulário.
Frei Paulo ressaltou que o escapulário de Nossa Senhora do Carmo não é nenhum tipo de amuleto mágico, e que, por si só, não nos é garantia da salvação. Trata-se de um sacramental da Igreja que nos recorda a devoção para com Maria Santíssima do Monte Carmelo e a graça salvadora de Nosso Senhor Jesus Cristo por interseção de Nossa Senhora. Portanto, não basta usá-lo pendurado no pescoço, mas sobretudo agir como verdadeiro cristão, como autêntico discípulo missionário de Jesus, assim como sempre o fez sua mãe, que tudo guardava em seu coração, seguindo seus passos na construção de um mundo mais fraterno e solidário de vida plena para todos.
Ao explicar a liturgia do dia, o celebrante destacou que o Evangelho trouxe um momento oportuno para meditar sobre a confusão em torno da maternidade virginal de Nossa Senhora.  “Quando Jesus questiona quem é minha mãe, quem são meus irmãos, está querendo dizer que quem não faz a vontade do Pai não pode ser considerado da família de Deus. Maria foi aquela para além de Jesus, que mais fez a vontade de Deus aqui na terra em tudo e por tudo em cada atitude, em cada silêncio. Portanto, nela continha muito mais do que laços de sangue como filho; ela é a mãe que gerou, mas também irmã, discípula, seguidora, primeira a merecer a fazer parte dessa nova família de Deus. Também nós somos chamados a pertencer a esta nova família de Jesus. Existe uma família ainda maior do que aquela unida por laços sanguíneos, é a família dos filhos e filhas de Deus, e nós somos seus filhos e filhas. Somos unidos pelo seu amor absoluto por nós e pelo amor que temos por Ele que é Pai, amor que se traduz em fazer a sua vontade. Todo aquele que faz a vontade de Deus, assim como fez o próprio Jesus até as últimas consequências, pertence a essa grande família”, disse.
E prosseguiu: “Jesus sabiamente aproveitou o momento daquele anúncio da chegada de sua mãe para dizer aos presentes – e nos diz hoje – que todos somos chamados a pertencer à sua família, basta que façamos a vontade do Pai em nossa vida. Que a exemplo da Santíssima Virgem Maria saibamos escutar e contemplar a palavra de Deus, a fim de descobrirmos o que Ele deseja que façamos, para efetivamente vermos acontecer o reino de Deus aqui na terra. Somente assim reconheceremos como Maria que o Senhor também em nós realizou suas maravilhas. Que a Virgem do Carmelo interceda por nós, por nossas necessidades junto a seu Filho, nosso mestre Jesus”.